quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O meu dia foi uma serra eléctrica de ruído estridente, uma dor de corte.

Vê-me! Estou feita num oito. O meu dia foi uma serra eléctrica de ruído estridente, uma dor ao corte – mas onde ainda me levanto com o intuito de voltar a casa e esperar que me trates e cosas. Principalmente se tiveres cuidado ao sarar-me as feridas, ignorando as minhas lamechices e ao pores música ambiente, que me cure do silêncio infernal.

Lembro-me de outras serras eléctricas que atacaram em dias, nuns mais, noutros menos, à espera de fazerem desistir a quem arrancavam e estilhaçavam a carne. Até que me saturei de sofrer do latejar que me provocavam, esvaziando-lhes o depósito do combustível. Por isso, cuida de mim: parece que ainda tenho mazelas.


domingo, 25 de outubro de 2009

Aquele pedaço de mundo que se quer só para nós nunca será nosso. Aquele pedaço de querer que temos existirá sempre. Aquilo que tinha antes quero de volta. Porque aquilo que quero hoje, amanhã pode não existir ou simplesmente já não estar na minha mira. Quero e pronto! Será demais dizer? Não, porque não digo literalmente, apenas por alguma atitude menos ponderada ou pouco reflectida.
Escorre ouro pelo sangue sempre que se deseja algo que embata nos desejos de outros ou na liberdade de quem nem conhecemos.