segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Desejo mais um pouco de regresso.

Não me quero ir embora sem pensar no regresso. Porque é a pensar nele que me vou embora. Confuso? Não, nem por sombras, que a escuridão às vezes é tão clara quanto um dia abrasador de verão. Adoro quando te lembras, e odeio quando só eu me recordo.

Às vezes ilustro, não só quadros, mas também imagens e sonhos, mesmo quando acordada e sonolenta, à espera que o despertador não toque. Por favor, não toques agora, prefiro acabar isto neste momento e não depois.

Cheira-me a comida vegetariana. Nem sei como ainda não enjoei, talvez porque a carne é que me revolta o estômago, o sangue a escorrer pelos talheres espelhados e, efectivamente, afiados. Odeio carne mal passada. Embora deteste que me moam os pensamentos.

Adoro livros acabados de estrear, o cheiro a folhas impressas é viciante, como hei de abordar de forma entusiasta os livros electrónicos? Não abordo, deixo-os de parte ou só me encosto a eles quando é preciso. Ao fim de contas, parto e regresso sempre anexada aos melhores amigos do Homem, como pendentes obrigatórios. Sinceramente, não poupo dinheiro para comprá-los, são essenciais. E quando se descobrem sites com livros na língua nativa a metade do preço da tradução portuguesa, e sem despesas de portes, melhor ainda.

Deixa-me dormir só mais um bocadinho antes de embarcar e partir. Desejo mais um pouco de regresso.