quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Sumo de laranja a brotar do espremedor de citrinos

Há muito tempo que não te vejo. Anos ou milénios? Já não sei quanto tempo passou, só sei quando foi. Naquela noite de inverno, entre sorrisos e encostes de faces, intercalados entre goles e risadas à debandada... Lembro-me como se fosse hoje. Lembras-te? Já sabia a resposta. É difícil não esquecer o que não é importante. É a razão para me lembrar. É a razão de não me conseguir esquecer.

Não vale a pena perguntar nem tocar no passado, por mais recente ou tardio que ele seja. Não vale a pena arrepender por aquilo que não se fez, porque o que deve escorrer arrependimento é o feito e dito. Tal como sumo de laranja a brotar do espremedor de citrinos - quem tiver limões também pode, só fica mais azedo. Por falar em azedo, já me devias dar azia de tanto me caíres mal no estômago. Mas é como se a razão fosse totalmente contrária à emoção - e é.

A falta de afazeres não ajuda ao esquecimento. Faltam as horas finitas e por alongar, faltam-me os gracejos acastanhados das amêndoas perspicazes e bem ovais de felino atento. Sinto falta da demora de leitura dos meus pensamentos - banais eternidades - e do afagar de peles, sem me esquecer da fragrância agradável e conhecida.

Nota: nova aquisição literária - Marcada de P. C. Cast e Kristin Cast da editora Saída de Emergência - ao lado na barra lateral em Bagagem de Mão.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Um Corpo de Duas Mentes (e mais alguma coisa)

Após alguns tempos de ausência, é tempo de voltar a escrever algo aqui no Talismã. Sim, depois de alguns episódios próprios de Verão, ainda não sei bem o que hei-de de mencionar. Entre sucedidos, algo terá ênfase.

Na questão das leituras, acabei por repetir um livro, desta vez, ao detectar outros pormenores, um pouco ignorados então, na altura da sua estreia no meu universo literário: Nómada, já teve direito a primeira página aqui neste blogue. É impressionante como a presença de um corpo de duas mentes pode ser conflituosa e controversa. O que o corpo deseja, uma das personalidades não aceita, nem vice-versa. Como é que se pode viver assim? Com algum sacrifício. Nesta questão, a Alma tem mais hipótese de sucesso, mesmo que a mente pertencente ao corpo hospedeiro se recuse a desaparecer para todo o sempre.
Entre leituras, a música também teve espaço. Deolinda, um projecto de fado que atrai pessoas de todas as idades, proporcionou um concerto abençoado, embora divertido com pequenas estórias introdutórias às canções, ambas contadas e cantadas por Ana Bacalhau, a intérprete. "Clandestino", "Fado Toninho" e "Fon Fon Fon" (em baixo, vídeo do tema ao vivo no Top+) - estas duas últimas com direito a bis no final - e até um fadinho de Amália proporcionaram momentos de descontracção e até de dança à plateia ao ar livre.

Espero não demorar muito a publicar uma nova entrada no blogue. Quem sabe?