segunda-feira, 25 de maio de 2009

Poirot e as jóias do príncipe: uma definição de ciúme


Rei Luís XIV de França
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Mais um policial de Agatha Christie está na minha bagagem de mão, ei-lo, Poirot e as jóias do príncipe, número trinta e um da colecção Vampiro Gigante, Edição Livros do Brasil. Leio este depois do Cabo da Víbora, até porque estão os dois no mesmo livro, é daqueles packs dois em um, mas não sei se só paguei um... Também não importa.
Cenário: uma escola para raparigas na Inglaterra chamada Meadowbank, parece muito conceituada na altura. Há uma pequena parte que se passa em Ramat, no médio Oriente - o príncipe Ali é de lá. Como o próprio título indica, vão haver jóias à mistura e Poirot vai aparecer - sim, ainda não surgiu, só estou no quinto capítulo.
Estava eu a ler uma carta de uma das alunas, nesse caso Júlia Upjohn, à mãe, onde divulga a sua experiência no estabelecimento e a convivência com colegas e professoras, entre as quais, Miss Rich e deparo-me com uma definição soberba da palavra "ciúme", o que me leva a questionar se seria esta a opinião de Christie ou um mero significado pré-estabelecido.

Citação: "Outro dia falou-nos (Miss Rich) de lago (deve ser erro dactilográfico, talvez "algo") e dos seus sentimentos, disse-nos muitas coisas acerca do ciúme, que nos corrói o espírito, nos enlouquece de sofrimento e até nos leva a desejar ferir a pessoa a quem amamos."

Teria Maria Teresa ferido Luís XIV de França por ciúme de uma aia, ainda mais bela do que ela? Luís não se importou nem um pouco com a decisão de Maria Teresa em mandar a aia para um convento. Porquê? Arranjou logo outras distracções. Maria Teresa nunca seria mais do que a rainha e isso mesmo. O que me leva a crer que o sofrimento ainda possa ser pior, se depois de todas essas manifestações de ciúme, não haver sinal da outra parte. (Não nos podemos esquecer que os casamentos entre reis e rainhas eram negócios, pode não ser o melhor exemplo).

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